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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

TEM DIAS


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Tem dias em que abafo
Preso nestas paredes
De pedra

Dias compridos onde vagueio
Entre palavras
E deambulo de quarto em quarto
De sala em sala
Abafado entre muitas sedes

Tem dias em que me sinto assim
Cansado e farto
E preso
 Fechado numa mala
Embrumado entre as paredes

Já o dia chegou ao fim
E o meu pensamento alarde
Voeja por entre letras certas
Preso nas folhas
Dos livros lidos na sobretarde

É já noite
E não se passou nada
Nunca se passa nada
Tenho fogo que entra em mim
Que queima, magoa
 E não se apaga
Não tenho onde me acoite
À minha volta tudo arde
E preciso de pousada

Amanheço muito cedo
Nos dias em que me maço
E me encho de medo
De me entregar ao cansaço
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