.
ADÃO CRUZ ILUSTROU COM UM POEMA UMA FOTOGRAFIA DE MINHA AUTORIA EM EXPOSIÇÃO NO "A CUP OF TEA" EM MATOSINHOS
.
Na noite que já não é noite de madrugadas perpassa em doce silêncio por entre os dedos dormentes uma brisa dolente esquecendo as mãos na paz adormecida.
Por entre os frágeis dedos da quietude e do silêncio perpassa agora em suave melancolia o magro regato da secura da vida arrastando em seu leito rugoso a triste canção de um tempo sem cor nem movimento.
O lento gesto do abrir destas mãos de tantos anos vividas cai agora em pesado silêncio por entre as malhas da sombra no impiedoso vazio das mãos cheias de nada.
No penoso abrir e fechar de mãos deste plangente gesto do fim do dia feito canção de tão gélido silêncio apenas a saudade se aninha em negro fundo para morrer sozinha.
(poema inédito escrito especialmente para esta fotografia)
.
Sem comentários:
Enviar um comentário