O HOMEM QUE SE
SENTA À MINHA FRENTE
O homem que
se senta à minha frente
Conversa
comigo de coisa nenhuma.
Que espera
ele que eu lhe diga?
De que
coisas banais poderíamos falar, assim de repente?
Penso
tristemente que não tenho ideia alguma
Nem para dizer,
ou perguntar, ou entoar uma cantiga.
O homem que
olho e vejo à minha frente,
Que espera
ele da nossa conversa?
Falamos
mudamente de desencontros e memórias fugazes,
Do passado
que há-de ser quando se acabar o presente,
Do que somos
ou que fomos na realidade adversa
E das tardes
absurdas, paradas, incapazes.
O homem que
se reflete à minha frente
Não está em
parte alguma.
Olha-me
perplexo, com olhos pestanudos
Emudece o
olhar parecendo ausente
Fala-me sem
som, com palavras que o saber perfuma
E assim
ficamos durante um tempo, quedos e mudos.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarpretty nice blog, following :)
ResponderEliminarGostei. Embora desconheça se é o que pretende o autor, o seu poema remete-me à solidão e falta de diálogo que se perdeu ao longo dos tempos.
ResponderEliminarA tecnologia que me permite contactar hoje com o mundo, também
me isola das pessoas.
É o que depreendo de
"O homem que se reflete à minha frente
Não está em parte alguma."