.
Tem
dias em que abafo
Preso
nestas paredes
De
pedra
Dias
compridos onde vagueio
Entre
palavras
E deambulo
de quarto em quarto
De
sala em sala
Abafado
entre muitas sedes
Tem
dias em que me sinto assim
Cansado
e farto
E preso
Fechado numa mala
Embrumado
entre as paredes
Já o
dia chegou ao fim
E o
meu pensamento alarde
Voeja
por entre letras certas
Preso
nas folhas
Dos livros lidos na sobretarde
É
já noite
E não
se passou nada
Nunca
se passa nada
Tenho
fogo que entra em mim
Que
queima, magoa
E não se apaga
Não tenho onde me acoite
À
minha volta tudo arde
E preciso de pousada
Amanheço
muito cedo
Nos
dias em que me maço
E
me encho de medo
De
me entregar ao cansaço
.