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terça-feira, 21 de junho de 2011

POEMA DE ADÃO CRUZ


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ADÃO CRUZ ACEDEU EM ILUSTRAR COM UM POEMA UMA FOTOGRAFIA DE MINHA AUTORIA EM EXPOSIÇÃO NO "A CUP OF TEA" EM MATOSINHOS
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NÃO HÁ POETA


Não há poeta para a réstia de sol de um rosto engelhado de
luz não há poeta para o poema da eternidade num só momento.

Não há poeta para a singeleza do pensamento feito suspiro de
terra seca num beijo de primeira chuva na melodia do sol-pôr dormindo num
estuário de rugas cavadas de longas madrugadas.

Não há poeta para a liberdade de criar sem algemas a
majestade de um só verso feito sorriso de cristal não há poeta para tão serena
harmonia da assilabada amargura do peso do tempo.

Não há poeta para a nudez da vida perdida para lá de um
rosto apagado de ilusões não há poeta para uma réstia de sol pousada nos olhos
do silêncio entre a vida e a morte.

Adão Cruz

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