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sexta-feira, 21 de março de 2014

O HOMEM QUE SE SENTA À MINHA FRENTE



O HOMEM QUE SE SENTA À MINHA FRENTE

O homem que se senta à minha frente
Conversa comigo de coisa nenhuma.
Que espera ele que eu lhe diga?
De que coisas banais poderíamos falar, assim de repente?
Penso tristemente que não tenho ideia alguma
Nem para dizer, ou perguntar, ou entoar uma cantiga.

O homem que olho e vejo à minha frente,
Que espera ele da nossa conversa?
Falamos mudamente de desencontros e memórias fugazes,
Do passado que há-de ser quando se acabar o presente,
Do que somos ou que fomos na realidade adversa
E das tardes absurdas, paradas, incapazes.

O homem que se reflete à minha frente
Não está em parte alguma.
Olha-me perplexo, com olhos pestanudos
Emudece o olhar parecendo ausente
Fala-me sem som, com palavras que o saber perfuma
E assim ficamos durante um tempo, quedos e mudos.

terça-feira, 30 de julho de 2013

M.C.

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OLHAVA POR NÓS, SIMPLESMENTE
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Com um olhar que escondia

A sua luz,

Olhava através e

Para além dela,

Da janela da miragem

Transportando a sua cruz.

Olhar perdido

Longínquo

Comprido,

Abrangente

Sem qualquer paragem.

Olhava sem querer

Olhava simplesmente

E sem ver

Olhava,

Olhava a paisagem.



Um dia, o seu ser

Começa a afastar-se

Do seu corpo finito

Encetando a viagem

Vogando leve e

Livremente

Pelo espaço infinito,

Largando a sua cruz.

Estava sem estar

E sem ver, via

Toda a engrenagem.

Libertara-se lentamente

Dos valores terrenos

Em busca da luz

E dos saberes plenos.

Marcara o dia

Para a sua passagem

E partiu calmamente

Sendo o que sempre foi,

A energia

Que nos protege

E dá coragem
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quinta-feira, 28 de março de 2013

domingo, 10 de março de 2013

A CADEIRA DE LONA

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A CADEIRA DE LONA

A cadeira de lona
Convida à reflexão
O café fumegante
Desperta os sentidos
O sol, no seu ocaso,
Fala de amor
Antes da chegada dos ventos frios.
O ar salgado do mar
Cheira a relva
Acabada de cortar.
O meu pensamento corre então
Ao encontro da tua voz,
Parando o tempo nas horas mortas.
E vi-te então
Nua e transparente
Vogando ao de leve
Sobre o atol.
Depois,
Só o reflexo salgado
De espumantes ondas,
Nas rochas e na areia,
Onde bandos de gaivotas
Se viram cerimoniosamente
Para os lados do pôr do sol.
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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

RÁDIO LUSITÂNIA

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SÁBADO 9 DE FEVEREIRO 2013
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VOU ESTAR À CONVERSA NA "RÁDIO LUSITÂNIA CB" , NO PROGRAMA "MÁQUINA DO TEMPO" COM CARMEN DOLORES, DEPOIS DAS 22H30
PODE OUVIR-ME AQUI:
OBRIGADO
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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

SÁBADO, DIA 9 DE FEVEREIRO

VOU ESTAR À CONVERSA AQUI
http://www.radio.lusitaniacb.net/leitor2a.htm
POR VOLTA DAS 22H30 OU UM POUCO MAIS
NO SÁBADO, 9 DE FEVEREIRO

NÃO PERCA

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

TENHO

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TENHO



Tenho

Atravessado na garganta

O desejo melodioso da flauta

O sereno silêncio do assobio

E o sabor gracioso de uma cereja.

Tenho-te a ti, rosa branca

Água da manhã, bebida santa,

Telhado, pinhal, peixe de rio,

Calmo murmúrio de uma igreja.

Tenho

Deitados na minha manta,

O mudo sabor de um arrepio,

Um grito, um pássaro, um pouco de frio,

O cheiro do pomar, ou o que quer que seja.
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O MAR É OUTRO



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O MAR É OUTRO



O local é outro

Mas é o mesmo mar

Com os carneiros do vento

Com as escadas das ondas

Com a calma do lamento,

A incerteza de dar

Acerto às minhas contas,

E ao meu amor, seu sustento.



 É outro o local,

E o mar, o mesmo de sempre

Com as traineiras que voltam

Com as gaivotas que pescam

Com a raiva que não mostram

E a certeza de somente

Saberem que não acertam

Na pessoa de quem gostam.



É o mesmo, o local,

O mar é que é outro,

O pôr do sol mantêm-se

e as gaivotas, também, um pouco.
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sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

LÁBIOS

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LÁBIOS

Lábios
Com sede de outros lábios
Corpo
Com fome de outro corpo
Sedes que correm nas águas
Fome saciada em teu porto

Onde se esquecem as dores
E as mágoas
E se escutam conselhos sábios
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