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segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

NADA

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NADA



Quero seduzir-te

Fazer-te parte de mim

E levar-te por bons e por maus caminhos,

Quero usar as minhas ironias

Apreciar as tuas graças

E utilizar a subtileza das palavras,

Mas, nada.

Fico à espera de uma palavra tua

E, nada,

Torturas-me com o teu silêncio

Feito de nada.

Como companhia só tenho um telefone mudo

Uma folha vazia

Um jornal antigo

E uma caneta 

 Que escreve palavras feitas de cinza.
 
Todos te olham

E tu olhas de volta

Todos falam para ti

E tu respondes

Ouço-te em toda a parte

Por toda a parte

Mas não é comigo que falas

Nem uma palavra

Ou que olhas

Comigo é só silêncio, mudez, desprezo,

Nada!
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